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Foto do escritorSalmom Lucas Monteiro Costa

Atingidos de Governador Valadares e Alpercata participam da 7ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce

Atualizado: 12 de jul.

Assessoria Técnica Independente do Território 4 (Governador Valadares e Alpercata) esteve presente para apoiar as pessoas e realizar ações de educação em temas relacionados ao desastre e a reparação integral


Uma jornada de luta, resistência e fé. É assim que pode ser definida a 7ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce, contou com a participação dos Atingidos do Território 4 acompanhados pela sua Assessoria Técnica Independente - Cáritas Diocesana de Governador Valadares (ATI CDGV) e que reuniu milhares de romeiros no município de Naque (MG), no dia 16 de junho. O evento ocorre anualmente e representa um grito de esperança para a população atingida pelo rompimento da barragem de Fundão. 


O tema deste ano foi “Bacia do Rio Doce, nossa Casa em Comum”, cujo lema, inspirado em versículo bíblico, foi “Construindo novos céus e nova terra, com repactuação justa e participação popular”. 


Romeiros caminham pelas ruas de Naque. (Foto: Vinícius Vieira)

A romaria teve início às 6h manhã, com acolhida dos romeiros, momentos de reflexão e oração. Logo em seguida, a partir das 8h, os participantes, que vieram de diversos municípios e comunidades ribeirinhas da bacia, iniciaram a caminhada de 2 quilômetros segurando banners, faixas e cartazes com mensagens de justiça social e preservação ambiental, em prol de um “Rio Doce vivo”. 


Joelma Fernandes, atingida de Governador Valadares, foi uma das participantes. “A romaria é uma forma de mostrarmos a nossa força e que não desistimos da luta. Queremos justiça e a recuperação do Rio Doce”, afirmou. 

José Alves, outro atingido de Governador Valadares presente, considerou muito importante a participação das pessoas atingidas. “Mostramos a nossa fé e luta. Daqui do meu bairro foram dois ônibus que saíram e sabemos da importância daquela romaria, que reúne pessoas de várias cidades da bacia. No próximo ano, seja onde for, estaremos juntos novamente e vamos mobilizar mais pessoas para estarem indo conosco, pois devemos sempre estar presentes em todo movimento que tiver em busca do direito da população atingida e por um rio limpo. Tivemos, também, todo o apoio da ATI, sempre com muito zelo e carinho conosco, que é algo muito importante para a nossa luta”, refletiu. 

Durante o percurso, em procissão, houve diversos momentos de reflexão e ações simbólicas pelas ruas da cidade e águas do Rio Doce, que contou com um cortejo de embarcações. Ao final da caminhada, uma missa campal foi celebrada pelos bispos diocesanos Dom Antônio Carlos Félix e Dom Francisco Cota de Oliveira, respectivamente das diocesanas de Governador Valadares e Sete Lagos. 


Missa campal ao final da romaria. (Foto: Vinícius Vieira)
“A 7ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce não é apenas uma peregrinação religiosa, mas um grito coletivo por justiça, respeito e dignidade. É um lembrete poderoso de que a luta pela preservação ambiental e pelos direitos da população atingidas é uma jornada contínua, que exige união, fé e perseverança. A força das águas e da terra, representada pelos romeiros, mostra que, mesmo diante das adversidades, a esperança floresce e a luta continua”, afirmou Wellington Azevedo, coordenador geral da ATI CDGV. 

Ao final da celebração, foi lida uma carta dos romeiros e romeiras da Bacia do Rio Doce, com as suas principais pautas em relação processo reparatório, repactuação e defesa do meio ambiente. A carta na íntegra pode ser lida acessada AQUI. A próxima romaria será no município de Mariana (MG). 


Intercâmbio de atingidos entre territórios e Bacias

 

A Assessoria Técnica Independente - Cáritas Diocesana de Governador Valadares esteve presente para apoiar as pessoas atingidas e realizar atividades voltadas para crianças e adolescentes. De acordo com o Plano de Trabalho da ATI CDGV, está prevista a realização de ações de educação em temas relacionados ao desastre e a reparação integral, que podem ocorrer no âmbito de atividades de “Intercâmbio de atingidos entre territórios e Bacias”. 


Nesse sentido, foram realizadas oficinas que tiveram como objetivo comunicar, por meio do olhar das crianças expressado em desenhos e fotografias produzidas durante a romaria, suas realidades vivenciadas na bacia. 



Ao todo foram 16 ilustrações que, em sua maioria, retratam o Rio Doce. Os desenhos foram colados em um tapete e apresentados ao final pelas crianças no altar missa campal. Na oportunidade, a criança Lorenzo Giovanni Alves Vieira, do Território 4, também recitou o poema “Um Dia, Um Rio”. O texto, escrito por Léo Cunha,  aborda de maneira sensível e poética o desastre ambiental ocorrido em razão do rompimento da barragem. A obra narra a tragédia do ponto de vista do próprio Rio Doce, que personificado, expressa sua dor e sofrimento ao ser contaminado pela lama de rejeito de minério. O poema foi uma oportunidade para os presentes refletirem sobre a relação entre o homem e a natureza, a devastação ambiental e a importância da preservação dos recursos naturais.


Os desenhos e as fotografias serão expostas ainda na sede da ATI CDGV e de forma itinerante, nos espaços participativos organizados pelas Comissões Locais de Atingidos do Território 4. 






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