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Foto do escritorSalmom Lucas Monteiro Costa

Pessoas atingidas de Governador Valadares participam de reunião com Ouvidoria da Fundação Renova para tratar de danos relacionados à adutora

Reunião foi organizada pelas Comissões Locais e contou com o apoio da Assessoria Técnica Independente


Os danos relacionados à adutora foram tratados na reunião entre as pessoas atingidas e a Ouvidoria da Fundação Renova, realizada no dia 29 de agosto, no bairro São Paulo. O espaço foi organizado pela Comissão Local de Atingidos e Atingidas do Bairro Santa Terezinha, São Paulo e Região e a Comissão Local dos Comerciantes, com o apoio da Assessoria Técnica Independente - Cáritas Diocesana de Governador Valadares (ATI CDGV).


Ouvidor-geral da Fundação Renova durante reunião com pessoas atingidas. (Foto: ATI CDGV)

A reunião teve início com a fala de Amanda Fernandes, gerente técnica da ATI CDGV, que destacou a importância do encontro como um espaço de escuta das demandas da comunidade, principalmente sobre os impactos contínuos em razão das obras da adutora. Os representantes da Fundação Renova e da H&P Consultoria também estiveram presentes e se colocaram à disposição para esclarecimentos. 


Na sequência, Pedro Strozenberg, Ouvidor-geral da Fundação Renova, fez uma apresentação sobre o papel da Ouvidoria e destacou que o canal é autônomo, criado para ouvir reivindicações das pessoas atingidas e depois cobrar à Fundação Renova sobre as devidas ações a serem tomadas. “Trabalhamos de forma integrada com a Renova, mas com foco em organizar e direcionar as informações para quem deve responder. No caso da temática da adutora, que é multifacetada, precisamos juntar o município, agência de água e Renova para distribuir responsabilidades”, destacou. 


As pessoas atingidas presentes relataram os diversos problemas enfrentados em decorrência das obras da adutora, como a moradora Leodelia, que descreveu os transtornos sofridos com as interrupções do trânsito local, a dificuldade de acesso ao transporte público e sua preocupação com o solo do bairro. “Já falei várias vezes com o pessoal da Renova as nossas reclamações desde que essas obras foram iniciadas. Nós tivemos a circulação de transporte público interrompida por muito tempo. Além disso, o rompimento da adutora acontece com muita frequência e estou preocupada com o solo, pois tenho observado o chão oco”, descreveu. 


Outro a relatar os transtornos em decorrência das obras foi o comerciante Bruno, que ressaltou os prejuízos econômicos que teve no seu comércio local, de venda de picolés e açaí. “Ficamos 10 meses sem ônibus, que não passava aqui na nossa localidade, alterando a rotina do bairro. Eu tinha quatro funcionários, tive que demitir três, pois minhas vendas caíram. Tive que pegar dinheiro emprestado para quitar as dívidas com meus funcionários. Ou seja, sofri vários prejuízos e a Fundação Renova virou as costas. Todo mundo sofreu, a padaria, o bar, todos”. 


Djalma, morador do bairro e representante da Comissão Local de Atingidos e Atingidas do Bairro Santa Terezinha, São Paulo e Região, chamou a atenção para a perda de qualidade de vida na região ribeirinha, a falta de transparência no processo reparatório, a ausência de consulta à comunidade antes do início das obras e levantou dúvidas sobre a eficácia e segurança da adutora. “Moro há 40 anos no bairro, perto do Rio Doce. Conheço como poucos a realidade desses bairros ribeirinhos e falo aqui para vocês: nosso bairro passou por uma dificuldade muito grande com a construção da adutora. Nós ficamos muito tempo sem ônibus. Pessoas idosas, grávidas, crianças tiveram de se deslocar para Avenida JK, para ter acesso a transporte público. Nosso bairro não é de classe média, é de pessoas trabalhadoras que ganham seu salário para sua subsistência e que muitos vivam do rio. Agora, para vir a pá de cal, veio essa adutora, passando aqui pelo bairro sem pedir autorização aos moradores. Nós não fomos consultados. Nós não temos água. Vocês colocaram a adutora, acabou o prazo de teste e continuamos sem água. A Renova é para resolver ou para enganar? Por isso que muita gente judicializou, saíram até daqui do Brasil e foram procurar a justiça lá de fora. Então nós esperamos que, de agora para frente, se resolva o problema dessa adutora”, desabafou. 


Alessandro Jerônimo, gestor de obras da Fundação Renova, explicou que os problemas relatados, como vazamentos e falhas nos testes, são comuns em grandes obras, mas garantiu que a situação está sob controle. 


Pedro, ouvidor-geral, reconheceu a gravidade dos problemas relatados e reforçou o compromisso de buscar soluções junto à Renova e às autoridades competentes. “A Renova tem responsabilidade sobre a obra e a qualidade da entrega, por isso que está aqui, para que possamos encontrar soluções. Vamos tratar dos temas identificados e discutir internamente as demandas dos comerciantes e moradores”, informou. 



Encaminhamentos


Ao final, Amanda Fernandes, representante da ATI CDGV, destacou a importância de sistematizar as demandas apresentadas e garantir que cada ator envolvido assuma suas responsabilidades na resolução das demandas apresentadas. 


Foi firmado ainda o compromisso, por parte da Ouvidoria, de levar adiante as demandas apresentadas pelos comerciantes para serem discutidas e analisadas pela Fundação Renova.


Sobre a questão da fragilidade do solo, denunciada pelas pessoas atingidas ao relatarem os vazios/cavidades no solo após as obras da adutora, os representantes da Fundação Renova explicaram que, os danos de caráter individual, devem ser informados pelos canais de relacionamento oficiais e, os danos de caráter coletivo, por meio de ofício. 


“Foram feitos laudos cautelares nas ruas onde teve obra da adutora, para fins de comparação. Se estão sendo identificados problemas pelos moradores de impacto no solo, a demanda tem que ser registrada nos nossos canais de atendimento para que uma equipe nossa possa ser direcionada ao local”, afirmou Arielle Lima, analista socioinstitucional da Fundação Renova. 


Os canais de atendimento são 0800 721 0717 (atendimento das 7h às 19h, de segunda-feira a sexta-feira. Após este horário, o atendimento será realizado por secretária eletrônica) ou no Centro de Informações e Atendimento (CIA), localizado na Rua Treze de Maio, nº 971, bairro São Paulo (de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h). 


Mural de fotos



Para ilustrar os danos e prejuízos sofridos, as pessoas atingidas, com o apoio da ATI, organizaram um varal de fotos que ilustraram a realidade vivenciada pela comunidade ao longo dos anos. Confira abaixo a galeria de fotosque foram expostas: 





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